domingo, 16 de maio de 2010

SOLENES ADVERTÊNCIAS PASTORAIS

INTRODUÇÃO

Nesta lição, Paulo conclui a sua defesa e a sua autoridade apostólica com importantes advertências a igreja de Corinto. O objetivo de Paulo é de edificação e moralidade na vida daquela comunidade eclesiástica. ” Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados.” (II Co 13: 5)

I - PREOCUPAÇÕES PASTORAIS DE PAULO

O apóstolo Paulo tinha algumas preocupações com a igreja de Corinto devido alguns fatores que surgiram no seio da igreja. A preocupação de Paulo era maior para com os coríntios do que para consigo mesmo. Ele já havia expressado esta preocupação quando da possibilidade de que alguns poderiam não ter se arrependido. Ele fez uma série de advertências, dentre elas estão:

1.1- A defesa do seu apostolado- Ele se preocupava com o estado de sua reputação entre os homens, bem como desejava receber confiança e amor da parte deles. Nenhum homem pode recomendar-se a si mesmo; e mesmo que venha a convencer a outros acerca de sua retidão, nem por isso pode sentir-se aprovado. Somente Deus pode outorgar-se a verdadeira aprovação. “Cuidais que ainda nos desculpamos convosco? Falamos em Cristo perante Deus, e tudo isto, ó amados, para vossa edificação.” ( II Co 12:19)

1.2- “…em Cristo…” Em outras palavras, Paulo tinha falado como alguém que se encontra em união vital com o Senhor Jesus .

“Sempre dou graças ao meu Deus por vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo.” (I Co 1:4) Esta expressão significa mais do que “como um cristão”, porquanto fala da união vital que identifica um remido com Jesus Cristo.

Aquele vínculo com Cristo impedia Paulo de ser realmente aquilo que seus detratores o acusavam de ser, isto é, “astuto”, “hipócrita” e ” desonesto”.

1.3 - “…perante Deus…” Como quem agia sob a observação dos olhos de Deus, como quem levava em conta a avaliação divina, como quem se sujeitava ao julgamento do Senhor. A Deus é que Paulo se sentia responsável, e não perante os crentes coríntios. Paulo deixa aqui entendido que, na realidade, ele não tinha necessidade de defender-se. A sua vida em Cristo, perante Deus, era a sua real defesa aos homens, para provar qualquer coisa. Não obstante, Paulo apresentara aquela apologia visando o bem dos crentes coríntios, e não a sua própria vantagem ( II Co 2:17; I Co 4:3,4; 1:18,23; 4:2; 5:11;7:12; 11:11,31; Rm1:8; 9:1; Fil 1:8; I Tes. 2:5:10).

1.4- “…Desculpando convosco…” No grego, temos a palavra “apologeomai”, que significa “fazer a defesa”, e não “apresentar desculpas”, que é o sentido da palavra moderna ” apologia”. Na realidade, Paulo não estava falando aqui em pedir desculpas e nem expressava alguma forma de tristeza por causa de alguma ação ou palavra sua. Pelo contrário, Paulo asseverava que não tinha nenhuma necessidade autêntica de defender-se perante os crentes coríntios. No entanto, expusera tal defesa, visando edificação deles (I Co 9:3; Fil 1:7; II Tm 4:16)

TEMAS ENCONTRADOS NA II CARTA DE PAULO AOS CORÍNTIOS

PROVAS Paulo experimentou: sofrimento, perseguição e oposiçãoem seu ministério ( II Tm 3:11;II Co 12:10; I Pe 1:11). Deus é quem nos ajuda nas dificuldades (Rm8:35-37).
DISCIPLINA Paulo defende o seu papel na disciplina da igreja.Imoralidade e falsos ensinos eram combatidos (Hb 12:8). A disciplina na igreja serve de correção, nãode vingança. O amor deve reinar nas nossas

ações de correção (I Tm 5:20).

ESPERANÇA Paulo encorajou os coríntios em meio as lutas. Esperançade um novo corpo glorificado (II Co 10:15;II Co 1:7, Rm

5:2; II Tes1:10).
Receberemos novos corpos. A fidelidade aDeus resultará em triunfo ( II Tes 1:12; I Pe

4:11).

SÃ DOUTRINA Houve desafios da parte dos falsos mestres, porém Paulo sepreocupou com as pessoas em defesa da doutrina (Jo

7:17;II Tm 4:3; Ef.4:14).
Nossa motivação está em ensinar a Palavrade Deus (I Tm 4:13; I Tm 6:2).

II - O PROPÓSITO DA DISCIPLINA DA IGREJA POR PAULO

Paulo tinha um propósito específico para a igreja de Corinto: fortalecer o caráter, consolidar a fé dos coríntios e evitar transtornos entre os crentes daquela época.(Col 2:23, Hb 12:8) A disciplina tem o objetivo de edificar moral e espiritualmente os crentes e não de destruí-las. A exortação mediante o amor fraternal deve permear nesta recomendação pastoral. “Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado”. (II Co 12:19)

2.1 “… Receio que… o meu Deus me humilhe no meio de vós…” Por ocasião de sua segunda visita a Corinto, Paulo fora ultrajado, tendo-se sentido humilhado em face das condições que encontrou naquela comunidade cristã. E agora temia que, na terceira visita que ali planejava fazer, não encontrasse condições melhoradas, tendo de passar novamente pela mesma forma de humilhação, vendo seus filhos espirituais tão vendidos pelo pecado, ao egoísmo e à carnalidade.

Paulo emprega três termos similares e que entrecruzam, a fim de expressar o pecado constante dos crentes coríntios, que eram a prática sexual ilícita, a imoralidade e a falta de arrependimento.

2.2- Promover harmonia e arrependimento - Os coríntios precisavam harmonizar e se arrepender de seus atos pecaminosos ( II Co 7:10; II Tm 2:25; Hb 6:1,6).

2.3 - Fortalecer o caráter dos crentes- Caráter do grego, “Kharackter”, significa marca, sinal de distinção, natureza básica do ser humano que o torna responsável pelos seus atos tanto diante de Deus como diante de seus semelhantes(I Pe 5:10, Rm14:4; Hb 12:17). O caráter moral tem como ressonância elementar a consciência que, com voz secreta que temos na alma, aprova ou nos reprova as ações.

2.4 - Consolidar a fé dos coríntios- Eles precisavam crescer e amadurecer a sua espiritualidade. Paulo desejava que todas as divisões entre eles fossem curadas, que não houvesse entre eles contendas e iras. Era preciso evitar pendências, invejas, detratações, mexericos e outros inimigos da paz. (I Co 1:8; II Co 12:20; Gl 5:21; I Tm 6:4; I Pe 2:1)

2.5 - Orientações paulina sobre a disciplina - Paulo dá orientações a respeito da disciplina de forma exortativa para o bem estar e o crescimento espiritual dos corintios. (II Co 2 :5-10) ” Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade”(Hb 12:10). A disciplina na igreja tem o objetivo de buscar restauração na vida do crente.

III - ALGUMAS RECOMENDAÇÕES FINAIS

O apóstolo Paulo encerra sua carta fazendo as últimas recomendações, aconselhando os cristãos daquela época fazerem um auto-exame de suas vidas. O propósito de Paulo nestas recomendações finais era de mostrar que os coríntios podiam reconhecer o relacionamento sincero e a fidelidade dos crentes em Cristo. “Porque nos regozijamos de estar fracos, quando vós estais fortes; e o que desejamos é a vossa perfeição.” (II Co 13:9)

Paulo alegrava-se em estar fraco, se isso significava que os coríntios estão fortes (II Co 12:7-10; Ef. 6:10) Ele já havia dito que a sua meta era edificá-los, construí-los (II Co 10:8). Sua oração era pela perfeição deles, ou seja, que fossem completos pelo treinamento, pela aprendizagem disciplinada (Ef.4:12; Hb 6:1). Deus lhe deu autoridade para edificar os crentes e não para destruí-los ou desanima-los na caminhada.

CONCLUSÃO

Nesta lição aprendemos a preocupação de Paulo com os crentes de Corinto pelas recomendações finais desta epístola, onde o apóstolo, através de advertências da disciplina, maturidade cristã, encorajamento e mudança de comportamento. Paulo gastou o seu tempo para melhor desenvolvimento ministerial. ” Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado.” (II Co 12:15)

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