segunda-feira, 7 de março de 2011

Seja obediente às doutrinas da Palavra de Deus, mesmo que você as não entenda

Desde os tempos dos apóstolos existem indoutos e inconstantes que torcem as Escrituras para a sua própria perdição (2 Co 2.17; 2 Pe 2.1-3). E o que nos chama a atenção é que muitos falsificam a sã doutrina em razão de não entenderem certos pontos difíceis (2 Pe 3.16).
Qual tem sido a sua postura ante os pontos da Bíblia que você julga difíceis? Lembre-se de que a Bíblia é a Palavra de Deus sempre, entendamos ou não a sua mensagem.

Você não entende a Trindade? Mas ela é bíblica!

Você pode até não entender a doutrina da Trindade, mas isso não lhe dá o direito de abraçar o falacioso unicismo e sair por aí cantando, pregando e escrevendo contra uma doutrina cristalina e incontestável da Palavra de Deus. Afinal, a fé deve preceder a razão, principalmente em assuntos que transcendam o nosso entendimento (1 Co 2.14,15).
“Ah, isso é questão de interpretação” — alguém dirá. Mas eu lhe pergunto: Onde e com quem você aprendeu que Deus não é trino e que, sendo uma única Pessoa, ora manifesta-se como Pai, ora como Filho, ora como o Espírito Santo? Por que não crê no que a Bíblia diz claramente? O Senhor Jesus não disse, em Mateus 28.19, que o batismo em águas deve ser ministrado em nome da Trindade? As Escrituras não lhe são suficientemente claras quando mencionam a bênção apostólica, em 2 Coríntios 13.13, pela qual o Filho, o Pai e o Espírito Santo (nessa ordem) são apresentados como três Pessoas distintas?
Não me diga que você usará a lógica humana e simplista para dizer que o termo “trindade” não está na Bíblia! É óbvio que não está, assim como as palavras “onisciente” e “onipresente”. Contudo, Deus é onisciente, onipresente e trino, segundo a inerrante Palavra de Deus. Por que negar a Trindade? O próprio Senhor Jesus, o Deus Filho — a quem você diz honrar — se referiu ao Pai celestial diversas vezes (Mt 7.21; 11.25; Jo 14.16). Ele mesmo pediu ao Pai que enviasse outro (gr. allos) Consolador! Outro porque todas as três Pessoas da Trindade são consoladoras.
Por que Estevão viu o Senhor Jesus à direita de Deus, se não existe Trindade? Em Atos 5, vemos que Ananias não mentiu aos homens, e sim a Deus (v.4). E as suas palavras de engano foram proferidas ao Espírito Santo (v.3). Nesse caso, o texto, além de mostrar, de modo direto, que o Espírito Santo é Deus, enfatiza indiretamente que Ele é uma Pessoa. Por quê? Porque ninguém mente a uma coisa ou força impessoal, não é mesmo?
Diante do exposto, o cristão que nega a doutrina da Trindade, por mais fervoroso e piedoso que aparente ser (Mt 7.15), rejeita a Palavra de Deus (Gn 1.1,26; Dt 6.4; At 7.55; Rm 5.1-5; 1 Co 12.4-6), o Senhor Jesus e o Espírito Santo (Mt 3.13-17). Que tipo de cristão é esse?

Você não entende o batismo com o Espírito Santo? Mas ele é bíblico!

Sei que vários irmãos cessacionistas zombarão do que escrevi, mas talvez alguns abram mão de suas posições pessoais, a fim de aceitarem a multiformidade da obra do Espírito Santo (1 Co 12.4-11). A Palavra de Deus apresenta claramente tanto o batismo do Espírito, que diz respeito à inserção do novo crente no Corpo de Cristo (1 Co 12.13), como o batismo com o Espírito, um revestimento de poder para quem já é salvo (Lc 24.49; At 2.1ss).
Qual é a finalidade desse revestimento de poder? Em Atos 1.8, o Senhor Jesus responde — eu disse: “o Senhor Jesus responde” — a essa pergunta: “... recebereis a virtude do Espírito Santo... e ser-me-eis testemunhas...” Por que rececemos o dunamis, o poder dinâmico do Espírito? Para sermos melhores testemunhas de Cristo! Portanto, caros cessacionistas, o batismo com o (ou no) Espírito Santo não é para ser salvo. Não o confunda com o selo ou batismo do Espírito (Ef 1.13,14). Não é porque você não entende a multifacetada obra do Espírito, que ela não seja real. Ademais, a Palavra de Deus não nos autoriza a desprezar as profecias, tampouco a apagar o fogo do Espírito (1 Ts 5.18-20).

Você não entende o livre-arbítrio? Mas ele é bíblico!

Certos irmãos predestinalistas têm zombado de quem crê na doutrina bíblica do livre-arbítrio. E o que eles mais gostam de fazer é ridicularizar os seus irmãos que crêem de maneira diferente, taxando-os, desdenhosamente, de arminianos. Alguns chegam ao ponto de crer mais em Calvino do que no Senhor Jesus! Ora, o certo é examinarmos tudo e retermos somente o bem (1 Ts 5.21).
Entenda você ou não, o livre-arbítrio é uma verdade bíblicocêntrica e cristalina. E foi Deus quem dotou o ser humano da livre-vontade (Gn 3). Mesmo depois da Queda, e os efeitos deletérios advindos dela, o ser humano continuou com esse atributo (Dt 30.19; Is 1.18,19). E a condição hoje para a salvação em Cristo é — mediante o livre-arbítrio — arrepender-se e crer no evangelho (Jo 3.16,36; Mc 16.16; At 3.19; Rm 10.9,10; Ap 22.17). Não é o fato de você não entender certos pontos difíceis da Bíblia que os invalidam ou lhe dá a liberdade para seguir à sua lógica.
É óbvio que não desprezo os teólogos e suas ponderações. Até porque sou um grande apreciador do labor teológico. Mas precisamos de menos teólogos e filósofos, e de mais amantes da Palavra de Deus, os quais sabem que interpretar a Bíblia nada mais é do que, mediante à iluminação do Espírito Santo (1 Co 2.9,10), extrair dela as verdades reveladas (Dt 29.19; Rm 8.18; Ap 22.18,19). Esse é, inclusive, o sentido do termo “exegese”.
Portanto, caro irmão, seja humilde para reconhecer o seu equívoco interpretativo. Esqueça-se desses “rótulos” que muitos hoje apreciam, pelos quais promovem debates inúteis, como: “Trinitário ou unicista?”, “Cessacionista ou continuacionista?”, “Arminiano ou calvinista?” Siga a Bíblia! Ame a Palavra de Deus! Prefira ser um cristão (1 Pe 4.16) que ama as Escrituras, mesmo que não consiga entender claramente certos pontos difíceis contidos nela (At 17.10,11; 1 Co 4.6).

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