sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Tem gente que tem tempo pra tudo, menos pra orar. E depois quer ser abençoado...

Tem gente que tem tempo pra tudo, menos pra orar. E depois quer ser abençoado...

Deus nos convida para entrarmos em sua presença. Ele nos diz que está conosco e dentro de nós, que está esperando ouvir de nós, que é poderoso e vai nos responder. Mais ainda, Ele nos fala quais os hábitos que devemos desenvolver para usufruirmos de suas bênçãos.

Nossas almas, como nossos corpos, têm requisitos de saúde e desenvolvimento. Algumas pessoas não estão dispostas a pagar o preço para desenvolver bons hábitos espirituais. Infelizmente, acabam pagando o mais alto preço por males e até morte espiritual.

No ano passado, um homem me procurou, desesperado. "Perdi meu emprego” — contou. “Venho procurando trabalho há meses, sem resultado." O desemprego não era seu pior problema. Ele continuou: "Sinto-me tão sozinho nesta situação. Ninguém na igreja se importa. Chego a pensar, às vezes, que nem Deus se importa. Sinto-me totalmente desamparado e sem esperança."

Perguntei-lhe sobre os seus hábitos espirituais. Alimentava a sua fé com responsabilidade? Orava com regularidade, buscando comunhão com Deus e ouvindo sua resposta? Ia à igreja com frequência? Mantinha amizade com pessoas mais propensas a uma vida espiritual elevada? Procurava ajudar outras pessoas com problemas?

Não, ele não estava fazendo nada daquilo. "Não tenho tempo" - o homem explicou. Com sutileza, comentei que, desempregado e solteiro, ele dispunha de mais tempo do que em qualquer outra circunstância. Ele dirigiu-me um olhar que parecia dizer: "Olha aqui, estou cheio de problemas. A última coisa de que preciso, quando me encontro no fundo do poço, é que um pastor venha me dar uma lista de obrigações."

O homem queria que alguém sacudisse uma varinha mágica para lhe dar ânimo. Dizia que desejava a presença de Deus em sua vida, mas não estava disposto a formar hábitos que desenvolvessem sua saúde espiritual.

Disciplina rigorosa
Quando fazemos da oração um hábito, permanecemos em sintonia com Deus e abertos para receber suas bênçãos. Mas é preciso fazer duas advertências em relação a isso.

A primeira é para aqueles que gostam de listas e fórmulas, para os que fazem anotações durante palestras, sublinham a leitura e já praticam um rigoroso regime espiritual. Não aumentem a lista de deveres espirituais. Vocês precisam de mais hábitos ou de hábitos mais eficientes? Você precisa se sobrecarregar ainda mais ou levar sua carga pesada para Jesus?

Receio que, para um grande número de cristãos, a disciplina espiritual se transforme em uma camisa de força recheada de exigências que sufoquem a vitalidade, a espontaneidade e a aventura da vida e da fé. Para estas pessoas, Cristo já não traz liberdade. A religião se torna um fardo pesado. A maioria das pessoas não consegue viver muito tempo desta maneira. Os poucos que conseguem desenvolvem uma postura tão hipócrita que os demais ficam torcendo para que fracassem.

Gálatas 5.1 adverte os adoradores de listas: "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão".

Uma decisão inegociável
Minha segunda advertência é para aqueles que caem no outro extremo, igualmente errado. Talvez alguém esteja pensando que não precisa de nenhuma estrutura ou de hábitos rígidos para fazer o coração crescer. É o tipo que "toca de ouvido". Segue o fluxo espiritual Deixa o barco correr e Deus operar do jeito que quiser para ver o que acontece.

Esta atitude é, na melhor das hipóteses, ingênua; na pior, autoenganosa. Nós não podemos crescer sem estrutura, sem um objetivo em relação a nossa vida espiritual, do mesmo modo que não é possível perder peso, desenvolver tônus muscular ou aumentar o patrimônio se permanecemos sentados, esperando o que vai acontecer.

Se meu alvo é importante, tenho que me disciplinar para atingi-lo. Decido, com antecedência, que o exercício para alcançar o alvo é inegociável, caso contrário, sem sombra de dúvida, eu desisto na última hora. Por exemplo, um de meus grandes objetivos é permanecer vivo e saudável. Sei que com minha herança genética, eu seria louco se não fizesse exercícios fielmente, todos os dias. Portanto, tomei uma decisão: vou correr e o tempo que separo para correr é inegociável.

Eu não espero para sair até sentir vontade. Vamos ser sinceros! Quantos dias da semana eu tenho vontade mesmo de correr? Hoje não. Preciso ficar mais um pouco no escritório. Meu biorritmo não está bom. Está um pouco frio. Vai chover. O sol está muito quente. Meu tênis está apertado. Meus joelhos doem. O sofá está convidativo. A lista é interminável.

Quando levamos a sério nosso propósito de aprender a orar, é hora de tomar uma decisão: quero aprender quais são as disciplinas necessárias para a minha vida de oração e vou praticá-las com regularidade, sem falhar.

Manter bons hábitos de oração é inegociável. Eu sei que a vontade, sem disciplina, por si mesma não gera um relacionamento entre mim e Deus. Ao mesmo tempo, reconheço que não desenvolverei uma vida de oração rica e recompensadora se tentar fazê-lo sem disciplina.

Jesus não fez objeção ao pedido. Aproveitou a oportunidade para ensiná-los a orar, como vemos em Mateus 6.5-13.

Nenhuma outra passagem das Escrituras explica com tanta clareza como orar e o conselho que Jesus deu aos discípulos há dois mil anos se aplica a nós, ainda hoje:

• Ore regularmente. Jesus disse "quando você orar", não "se você orar".
• Ore em particular. Deus não se impressiona com demonstração pública de piedade.
• Ore com sinceridade. Deus não está interessado em fórmulas. Ele deseja ouvir o que vai em nosso coração.
• Ore especificamente. Tome a oração que conhecemos como a oração do Senhor ou Pai-Nosso como modelo.

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